AGOSTO,
MÊS DE FOLCLORE
Sebastião Breguez
O
mês de agosto é comemorado, em todo o mundo, como o mês do folclore. Por
sugestão e iniciativa da UNESCO – uma das organizações governamentais surgidas
a partir da ONU, no final da Segunda Guerra Mundial, para atuar na área de
Educação e Cultura, com sede em Paris, instituiu-se o 22 de agosto como o Dia
Internacional do Folclore. Assim, em todos os países há sempre atividades
relativas ao folclore não só neste dia, como em todo o mês de agosto. A razão é
simples. Foi a 22 de agosto de 1846 que o estudioso inglês Willian John Thomas,
com o pseudônimo de Ambrose Merton, publicou um artigo na revista inglesa The
Athenuun, utilizando pela primeira vez a palavra folkclore. Ele criou a palavra
juntando duas raízes saxônicas: lore=conhecimento, cultura e folk=povo, e a
usou para designar antiguidades populares. A partir daí a palavra ficou
conhecida no meio literário e acadêmico e passou a integrar o vocabulário de
escritores, sociólogos e antropólogos e é usada até hoje para designar a
cultura do povo, cultura popular.
A iniciativa da UNESCO de transformar o dia 22 de agosto como o Dia Internacional do Folclore foi bem aceita no mundo inteiro. Primeiro por que a cultura popular tem base nas raízes culturais de todos os povos e culturas. Depois por que, ao preservar o folclore, estamos preservando as nossas raízes. Quando a UNESCO tomou esta iniciativa de divulgar e lutar pela preservação do folclore de todos os países, nos anos 50, não sabia que décadas depois, a grande parte da produção científica internacional estaria tratando dos problemas da mídia, da globalização e da perda de identidade cultural. Ou seja, a investida pela modernização – base do discurso dos países ricos ou do Primeiro Mundo para os países pobres ou do Terceiro Mundo - poderia trazer problemas com a perda de identidade cultural, perda de referência das raízes culturais e os problemas sociopsicológicos decorrentes.
A iniciativa da UNESCO de transformar o dia 22 de agosto como o Dia Internacional do Folclore foi bem aceita no mundo inteiro. Primeiro por que a cultura popular tem base nas raízes culturais de todos os povos e culturas. Depois por que, ao preservar o folclore, estamos preservando as nossas raízes. Quando a UNESCO tomou esta iniciativa de divulgar e lutar pela preservação do folclore de todos os países, nos anos 50, não sabia que décadas depois, a grande parte da produção científica internacional estaria tratando dos problemas da mídia, da globalização e da perda de identidade cultural. Ou seja, a investida pela modernização – base do discurso dos países ricos ou do Primeiro Mundo para os países pobres ou do Terceiro Mundo - poderia trazer problemas com a perda de identidade cultural, perda de referência das raízes culturais e os problemas sociopsicológicos decorrentes.
Hoje,
por exemplo, vemos que, ao mesmo tempo que o mundo se integra num processo de
fusão de mercados, circulação de produtos e serviços – que chamamos de
globalização – há uma retomada muito forte pela preservação das culturas
regionais. Já era esta a preocupação da UNESCO nos anos 1950.
Dessa
forma, o mês de agosto acabou transformando-se no mês da luta pela preservação
das raízes culturais, dos costumes, enfim, do folclore. Desde o governo JK, o
Brasil instituiu o 22 de agosto como Dia Nacional do Folclore. E através da
UNESCO foram criadas as Comissões Estaduais de Folclore e também a
CNDF-Campanha Nacional de Defesa do Folclore, hoje, Instituto Nacional do
Folclore. Cabe a estas Comissões de Folclore organizar comemorações, debates,
palestras, cursos e pesquisas sobre os diversos aspectos do folclore nacional.
Hoje
entende-se por folclore um conjunto de modos de pensar, sentir e agir que são
peculiares, como bem expressou o estudioso Édson Carneiro, às camadas populares
das sociedades civilizadas. O folclore, assim, abarca toda a vida popular e
estende a todas as suas atividades. Provérbios e adivinhas, as rondas infantis,
as danças, os autos populares como o samba, o cateretê, as congadas e o
bumba-meu-boi, a medicina das mezinhas e dos excretos, a vestimenta do vaqueiro
e do gaúcho, a cerâmica e a renda dos bilros, costumes rurais como o mutirão,
as estórias, as lendas, a arte de construção dos mocambos e casas de sapê, as
superstições – tudo isto se insere no contexto do folclore. Estes aspectos da
vida popular nem sempre são uma criação do meio em que movimenta o povo, mas
embora de origem erudita ou semierudita, são aceitos e integrados pelo povo em
sua vida cotidiana.
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