segunda-feira, 8 de maio de 2017

SAUL MARTINS, PESQUISADOR DE FOLCLORE

SAUL ALVES MARTINS, UM GRANDE INTELECTUAL MINEIRO

Por Sebastião Breguez


Saul Martins (Januária, 1917, BH, 2009)
   
O professor Dr. Saul Alves Martins, Presidente de Honra da Comissão Mineira de Folclore, faleceu 11 de dezembro de 2009, em Belo Horizonte.  Seu enterro aconteceu no Cemitério do Bonfim. O velório foi anexo três do mesmo local. Estiveram presentes dezenas de professores, intelectuais, oficiais da Polícia Militar de Minas Gerais, folcloristas da Comissão Mineira de Folclore e amigos. O Presidente da Academia de  Lestras da Polícia Militar, coronel João Batista, foi o primeiro a falar e apontou as inúmeras obras literárias de Saul como poeta e escritor. O jornalista Carlos Felipe, Presidente da Comissão Mineira de Folclore falou em nome dos folcloristas mineiros, uma vez que Saul era o único membro vivo dos 28 intelectuais que fundaram a CMFL, em 19 de fevereiro de 1948, uma das primeiras instituições de pesquisa de folclore do país.

 Saul Martins foi coronel da Polícia Militar de Minas Gerais e é autor do Hino da PM mineira. Era formado em Ciências Sociais e doutorou-se em Antropologia com tese sobre o Artesanato Brasileiro. Foi professor da UFMG até se aposentar.

Saul  é mineiro de Januária, onde nasceu a primeiro de novembro de 1917, doutor e Ciências Sociais, professor de Antropologia, pesquisador, poeta e folclorista. Foi presidente do Conselho Diretor das Escolas Caio Martins, nos anos de 1962 e 1963 membro do Conselho Universitário da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, por dois anos, e Chefe do Departamento de Sociologia e Antropologia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG, de 1970 a 1973.

Em 1951, em concorrido certame, a Academia Mineira de Letras considerou seu soneto Flores do Campo um dos dez melhores da fase contemporânea, em Minas Gerais. No ano seguinte, a Discoteca Pública Municipal de São Paulo premiou sua monografia Artes e Ofícios Caseiros.  Prêmio em Dinheiro.

Participou de todos os Congressos de Folclore realizados no Brasil, tendo sido relator, no último destes.  Representou o Estado de Minas Gerais no Congresso Internacional de Folclore, que reuniu especialistas de 32 países em São Paulo, durante o IV Centenário. De novo, por expressa delegação do Governador, representou Minas Gerais no Distrito Federal, por ocasião do VII Congresso Brasileiro de Folclore, realizado em 1974.

Foi membro do ex-Conselho Estadual de Cultura Popular do Estado e Coordenador do Programa Comemorativo do Sesquicentenário da Independência do Brasil, em Minas Gerais.
Coordenou inúmeras semanas, festivais e exposições em Belo Horizonte para estudo e divulgação de cultura popular e vem ministrando cursos ligados à Antropologia, ao Folclore e Artesanato em muitos lugares do País, inclusive em nível de pós-graduação, como o que foi dado na Universidade do Amazonas, em 1975.

Presidente de Honra da Comissão Mineira de Folclore, único sobrevivente e um de seus fundadores, membro do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, da Societé Internationale d’Ethnologie et de Folklore, com sede em Liége, Bélgica, da Academia Municipalista de Letras, da Academia de Letras Municipais do Brasil e membro correspondente das Academias Conquistense (Bahia), Itajubense e Juiz-Forana (Minas Gerais) de Letras.  Membro Fundador da Academia de Letras João Guimarães Rosa da Polícia Militar de Minas Gerais e Presidente do Conselho Superior.
Foi Mestre do Ano, em 1963, personalidade destaque em 1976 e em 1977, ganhador dos Troféus "Antero de Alencar" em 1978, e "Alferes Tiradentes" em 1984.

Em maio de 1979, a convite da Universidade Nacional de Córdoba, República Argentina, participou do Seminário sobre Patrimônio Artesanal. Tem várias obras publicadas e outras a sair. Uma daquelas serviu de roteiro para filme de longa metragem, colorido, hoje rodando no circuito comercial. Participou do I Simpósio Nacional sobre Folclore, realizado em Olímpia, Estado de São Paulo, no período de 14 a 17 de agosto de 1986, tendo atuado como Vice-Presidente por escolha unânime dos colegas folcloristas.

Foi agraciado com 45 MEDALHAS, sendo oito destas de ouro, 16 placas de prata; uma miniatura do espadim da Academia de Polícia Militar de Minas Gerais, e um suporte com placa da E.F.M.M. (Estrada de Ferro Madeira Mamoré), Porto Velho, Rondônia.
Cidadão Honorário de Belo Horizonte (Resolução 900, de 28 de abril de 1987) e Cidadão Honorário de Bonito de Minas. Recebeu do Vice-Presidente da República, o título de "Construtor do Progresso". Belo Horizonte, 26 de agosto de 2005.

BIBLIOGRAFIA DE SAUL MARTINS


  1. A Dança-de-São Gonçalo. Edições Mantiqueira. Belo Horizonte. 1954.
  2. Artes e Ofícios Caseiros. Separata da Revista do Arquivo, CLXIV. São Paulo. 1959.
  3. Os jogos infantis e as cantigas de roda. Centro Regional de Pesquisas Educacionais. INEP­MEC. Belo Horizonte. 1962.
  4. 0 Artesanato no Serro. Imprensa Oficial. Belo Horizonte. 1964.
  5. Uma Oficina em cada Lar. Edição da Secretaria do Trabalho e Cultura Popular. Belo Horizonte. 1964.
  6. A Indústria Caseira em Pitangui. Imprensa Oficial. Belo Horizonte. 1966.
  7. Proteção ao Artesanato. Imprensa Oficial. Belo Horizonte. 1966.
  8. Os Barranqueiros. Centro de Estudos Mineiros. UFMG. Belo Horizonte. 1969.
  9. 0 Museu e a Pesquisa Artesanais. Editora da Academia Patense de Letras. Patos de Minas. 1969.
  10. Contribuição ao Estudo Cientifico do Artesanato. Imprensa Oficial. Belo Horizonte. 1973.
  11. 0 Artesanato na região de Barreiras (nota previa). Campus Avançado da UFMG. Barreiras. Bahia. 1973.
  12. Arte e Artesanato Folclóricos. MEC-FUNARTE-CDFB. Rio de Janeiro. 1976.
  13. Arte Popular Figurativa. Edições Carranca. Belo Horizonte. 1977.
  14. Folclore: Teoria e Método. Imprensa Oficial. Belo Horizonte. 1986.
  15. O Misterioso Número Três. Edições Carrancas. Belo Horiizonte. 1987.
  16. Congado: Família de Sete Irmãos. SESC-MG. Belo Horizonte. 1988.
  17. Folclore em Minas Gerais. Editora UFMG. Belo Horizonte. 1991.
  18. Panorama Folclórico. SESC-MG. Belo Horizonte. 2004.

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