segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

CONVITE LANÇAMENTO LIVRO

CONVITE LANÇAMENTO LIVRO




ALUZ LANÇA LIVRO SOBRE MEIO AMBIENTE

A ALUZ-Academia Luziense de Letras de Santa Luzia na Grande-Beagá está lançando a sua segunda coletânea de livros com o título O MEIO AMBIENTE AOS OLHOS D’ALUZ. São poesias, ensaios e contos sobre questões ambientais. O livro tem participação de 20 escritores.
O lançamento será no dia 17 de dezembro próximo, às 18hs, no auditório do CREA-SANTA LUZIA, na Avenida Getúlio Vargas, 61, bairro São João Batista, Santa Luzia, MG.
A coletânea é a segunda produzida pela ALUZ. A primeira foi lançada no ano passado, em dezembro, com o título Sagrado e Profano.
O Meio Ambiente aos Olhos d’ALUZ traz sinais de alerta para aqueles que perderam a sensibilidade e o respeito pelo meio ambiente, a vida animal, vegetal e os elementos básicos da vida: água, terra, ar e fogo.
É um livro rico de expressões literárias variadas, vocabulário, reflexões e ilustrações de fundo ecológico. É um trabalho de pesquisa e criatividade de escritores comprometidos com a vida no Planeta. E chega em momento oportuno em que a natureza agonizante está produzindo fortes tempestades que provocam enchentes com muita destruição, sofrimento e morte.
A mensagem que os escritores fazem é um alerta para o futuro da vida no nosso planeta. Se a ação do homem continuar a destruir a natureza, as consequências serão nefastas para ele mesmo e para nossa sobrevivência na Terra.
SERVIÇO
O MEIO AMBIENTE AOS OLHOS D’ALUZ
Escritores da ALUZ-Academia Lusiense de Letras e convidados
Santa Luzia, MG, 2017
Editora ALUZ.
MAIORES INFORMAÇÕES:
Jornalista Sebastião Breguez (Mtb 2262),
Tel: (31) 98877-5565
Email: breguez@uai.com.br

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

HISTORIA DO NATAL

HISTÓRIA DO NATAL

Sebastião Breguez




O mês de dezembro é o mês de Natal. Tudo gira em torno da festa do dia 25. As pessoas, as igrejas,o comércio,  as empresas, a sociedade inteira se preparam para os festejos natalinos. Marcam encontros, compram presentes, organizam comemorações . O Natal é uma festa cristã de confraternização que acontece em todo o mundo e em todas as religiões. Mesmo povos em guerra, param de lutar e com sorriso no rosto e esperança de um mundo melhor, vão comemorar o amor que inspira o 25 de dezembro. Cada povo e cada cultura, entretanto, tem sua própria forma de organizar a festa.


O Natal é uma data em que comemoramos o nascimento de Jesus Cristo. Na antiguidade, era comemorado em várias datas diferentes, pois não se sabia com exatidão a dia do nascimento de Jesus. Foi somente no século IV, que o 25 de dezembro foi estabelecido como data oficial de comemoração. Na Roma Antiga, o 25 de dezembro era a data em que os romanos comemoravam o solstício de inverno, que coincide com várias festas religiosas de antigas civilizações. Simbolicamente significa o nascimento do Sol interior e, portanto, do Cristo interior. Portanto, acredita-se que haja uma relação deste fato com a oficialização da comemoração do Natal.

As antigas comemorações de Natal costumavam durar até 12 dias, pois este foi o tempo que levou para os três reis Magos chegarem até a cidade de Nazaré e entregarem os presentes ao Menino Jesus. Atualmente, as pessoas costumam desmontar as árvores e outras decorações natalinas em até 12 dias após o Natal. Do ponto de vista cronológico, o Natal é uma data de grande importância para o Ocidente, pois marca o ano um da nossa História.


Árvore de Natal e o Presépio

Em quase todos os países do mundo, as pessoas montam árvores de Natal para decorar casas e outros ambientes. Em conjunto com as decorações natalinas, as árvores proporcionam um clima especial neste período.

Acredita-se que esta tradição começou em 1530, na Alemanha, com Martinho Lutero. Certa noite, enquanto caminhava pela floresta, Lutero ficou impressionado com a beleza dos pinheiros cobertos de neve. As estrelas do céu ajudaram a compor a imagem que Lutero reproduziu com galhos de árvore em sua casa. Além das estrelas, algodão e outros enfeites, ele utilizou velas acesas para mostrar aos seus familiares a bela cena que havia presenciado na floresta.

Esta tradição foi trazida para o continente americano por alguns alemães, que vieram morar na América durante o período colonial. No Brasil, país de maioria cristã, as árvores de Natal estão presentes em diversos lugares, pois além de decorar, representam um símbolo de alegria, paz e esperança.

O presépio também representa uma importante decoração natalina. Ele mostra o cenário do nascimento de Jesus, ou seja, uma manjedoura, os animais, os reis Magos e os pais do Menino. Esta tradição de montar presépios teve início com São Francisco de Assis, no século XIII.



Papai Noel: origem e tradição

Estudiosos afirmam que a figura do bom velhinho foi inspirada num bispo chamado Nicolau, que nasceu na Turquia em 280 d.C. O bispo, homem de bom coração, costumava ajudar as pessoas pobres, deixando saquinhos com moedas próximas às chaminés das casas. Foi transformado em santo (São Nicolau) após várias pessoas relatarem milagres atribuídos a ele.

A associação da imagem de São Nicolau ao Natal aconteceu na Alemanha e espalhou-se pelo mundo em pouco tempo. Nos Estados Unidos ganhou o nome de Santa Claus, no Brasil de Papai Noel e em Portugal de Pai Natal.

Até o final do século XIX, o Papai Noel era representado com uma roupa de inverno na cor marrom. Porém, em 1881, uma campanha publicitária da Coca-Cola mostrou o bom velhinho com uma roupa, também de inverno, nas cores vermelha e branca (as cores do refrigerante) e com um gorro vermelho com pompom branco. A campanha publicitária fez um grande sucesso e a nova imagem do Papai Noel espalhou-se rapidamente pelo mundo.


domingo, 3 de dezembro de 2017

HÁBITOS DE LEITURA NO BRASIL

HÁBITOS DE LEITURA NO BRASIL

Sebastião Breguez


O livro no Brasil é um objeto de consumo da elite. Os estudos mostram que 74% da população nunca comprou um livro e 30% dos entrevistados de recente pesquisa declara que nunca leu uma obra. Mudar este quadro não é tarefa a curto prazo. Depende de ações governamentais (municipais, estaduais, federais), de atuação da sociedade civil e suas instituições populares para cobrar e exigir do governo a implementação de uma política pública para o setor e de um trabalho de motivação nas escolas para incentivar a leitura como algo agradável e útil. Também é importante o trabalho de Ongs que  lutam pela democratização do livro como objeto popular de consumo e criam bibliotecas comunitárias.






O Brasil é um país com mais de 207 milhões de habitantes, segundo o IBGE. Mas o índice de leitura de livros e jornais ainda é bem pequeno. Um livro novo tem tiragem de cinco mil exemplares para um autor conhecido e menos de mil exemplares para autor pouco conhecido do público. Cinco mil ou mil exemplares é muito pouco para uma população de 200 milhões de pessoas. O mesmo acontece com os jornais. Em 1990, a FOLHA DE S.PAULO era o jornal mais lido no Brasil com tiragem aos domingos de um milhão de exemplares. Hoje a FOLHA tem tiragem de 300 mil exemplares. O índice de leitor diminuiu, em vez de crescer.

Alguns dizem que a cultura digital vai acabar com a cultura impressa. Se olharmos, por exemplo, o Japão, país da Ásia, hoje tem um desenvolvimento fantástico do mundo virtual, mas o índice de leitura de jornais e livros é um dos maiores do mundo. O que mostra que o virtual não extermina o analógico (no nosso caso o impresso). Assim, a realidade mostra que a leitura do impresso é hábito cultural e, portanto, não vai acabar como afirmam os apocalíticos. 

Na Rússia, antiga União Soviética, o índice de leitura é alto. Mas os livros são produzidos com material inferior (papel mais barato e arte simples) para permitir um preço acessível para a maioria da população. Isto mostra que as editoras têm uma preocupação com o social e não com o lucro (mercadológica). O que não é caso do Brasil o onde o livro é trabalhado como produto de luxo: papel mais caro, muitas ilustrações coloridas e capa luxuosa para chamar a atenção do leitor. Também em Cuba, a preocupação dos produtores de livros é com o social e não com o lucro. 

Mas a questão da leitura no Brasil é histórica. O brasileiro não tem tradição de ler livro e nem é costume enraizado na cultura nacional.Descoberto em 1500, começou a colonização alguns anos depois,em 1530. Os jesuítas trouxeram gráficas para imprimir a Bíblia e cartilhas de evangelização, principalmente dos índios. Mas o Marquês de Pombal (1759) determina a expulsão dos jesuítas e manda destruir suas máquinas impressoras. 

No Brasil Colonial, o livro circulou clandestino. Somente quem teve oportunidade de estudar no exterior (Portugal ou outros países)tinham livros importados. Padres e eclesiásticos tinham suas bibliotecas, pois a igreja precisava da Bíblia e livros cristãos para seu trabalho de evangelização. Os revolucionários da Inconfidência Mineira de 1789 tinham livros do iluminismo francês como mostra o mineiro Eduardo Freiro em O Diabo na Livraria do Cônego, uma análise da biblioteca do cônego Luís Vieira da Silva, implicado na Inconfidência Mineira de 1789. Também fala-se de livreiros em Vila Rica (hoje Ouro Preto). O livro circulava na elite como objeto clandestino.

Com a vinda de D. João VI para o Brasil, ele trouxe a imprensa régia, com sua gráfica, para imprimir documentos oficiais e também o jornal oficial do rei. Napoleão Bonaparte invadiu Portugal, que sempre foi aliado da Inglaterra. O Rei para não ser preso, foge para o Brasil onde instala a sede do reinado de Portugal na cidade do Rio Janeiro. Com o ele vieram os eclesiásticos, os nobres e toda família real. Transformada, de repente, da noite para o dia, em capital do mundo lusitano, o Rio de Janeiro passa por um processo de urbanização e modernização de sua infraestrutura. Muda-se o cenário urbano com nova arquitetura e equipamentos socioculturais básicos como jardim botânico, hospital, teatro, museu, opera, biblioteca, áreas de lazer, sistema de abastecimento de água e esgoto.

D. João cria o primeiro jornal editado no Brasil. Ele manda o Frei Tibúrcio José da Rocha editar o jornal A GAZETA que circulava duas vezes por semana. D. João transforma o cenário urbano do Rio de Janeiro, constrói o Teatro Municipal, o Jardim Botânico e a Biblioteca Nacional.  A partir daí o país recebe livros e passa a editar livros e incentivar a leitura no Brasil. O panorama cultural muda e o livro circula como mercadoria. A Colonização do Brasil, efetivamente, começa em 1808. Pois de 1500 a 1808, o país foi apenas uma espécie de quintal de Portugal que buscava aqui matérias primas, pedras preciosas e ouro. Nada mais. Não havia ações para o desenvolvimento do país.

A abertura dos portos revolucionou o comércio e as comunicações, foi uma abertura do Brasil para o Mundo, permitiu que cientistas, escritores, cronistas viajantes, jornalistas e comerciantes viessem ao Brasil. Cada um trouxe sua contribuição. Os livreiros também vieram para comercializar seu produto, o livro. Claro, para a elite alfabetizada que podia ler.

De acordo com a 4ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, desenvolvida em março de 2016 pelo Instituto Pró-Livro, mais da metade da população brasileira se considera leitora, porém apenas 4,96 livros são lidos por ano. Deste total, 2,43 foram terminados e 2,53 lidos em partes.

Lê-se mais em casa (81%), depois na sala de aula (25%), biblioteca (19%), trabalho (15%), transporte (11%), consultório e salão de beleza (8%) e em outros lugares menos expressivos. E lê-se mais livros digitais em cyber cafés e lan houses (42%) e no transporte (25%).

Aos não leitores, foi perguntado quais foram as razões para eles não terem lido nenhum livro inteiro ou em partes nos três meses anteriores à pesquisa. As respostas: falta de tempo (32%), não gosta de ler (28%), não tem paciência para ler (13%), prefere outras atividades (10%), dificuldades para ler (9%), sente-se muito cansado para ler (4%), não há bibliotecas por perto (2%), acha o preço de livro caro (2%), tem dinheiro para comprar (2%), não tem local onde comprar onde mora (1%), não tem um lugar apropriado para ler (1%), não tem acesso permanente à internet (1%), não sabe ler (20%), não sabe/não respondeu (1%).

A leitura ficou em 10º lugar quando o assunto é o que gosta de fazer no tempo livre. Perdeu para assistir televisão (73%), que, vale dizer, perdeu importância quando olhamos os outros anos da pesquisa: 2007 (77%) e 2011 (85%). Em segundo lugar, a preferência é por ouvir música (60%). Depois aparecem usar a internet (47%), reunir-se com amigos ou família ou sair com amigos (45%), assistir vídeos ou filmes em casa (44%), usar WhatsApp (43%), escrever (40%), usar Facebook, Twitter ou Instagram (35%), ler jornais, revistas ou noticias (24%), ler livros em papel ou livros digitais (24%) – mesmo índice de praticar esporte. Perdem para a leitura de um livro: desenhar, pintar, fazer artesanato ou trabalhos manuais (15%), ir a bares, restaurantes ou shows (14%), jogar games ou videogames (12%), ir ao cinema, teatro, concertos, museus ou exposições (6%), não fazer nada, descansar ou dormir (15%).

A principal forma de acesso ao livro é a compra em livraria física ou internet (43%). Depois aparecem presenteados (23%), emprestados de amigos e familiares (21%), emprestados de bibliotecas de escolas (18%), distribuídos pelo governo ou pelas escolas (9%), baixados da internet (9%), emprestados por bibliotecas públicas ou comunitárias (7%), emprestados em outros locais (5%), fotocopiados, xerocados ou digitalizados (5%), não sabe/não respondeu (7%).

A livraria física é o local preferido dos entrevistados para comprar livros (44%), seguida por bancas de jornal e revista (19%), livrarias online (15%), igrejas e outros espaços religiosos (9%), sebos (8%), escola (7%), supermercados ou lojas de departamentos (7%), bienais ou feiras de livros (6%), na rua, com vendedores ambulantes (5%), outros sites da internet (4%), em casa ou no local de trabalho, com vendedores “porta a porta” (3%), outros locais (6%) e não sabe/não respondeu (7%). O preço é o que define o local da compra para 42% dos entrevistados. Na pesquisa anterior, isso valia para 49%.



A pesquisa considera que é leitor quem leu, inteiro ou em partes, pelo menos 1 livro nos últimos 3 meses. No entanto, os estudos mostram que 74% da população nunca comprou um livro e 30% dos entrevistados nunca leram uma obra.

Entre as principais motivações para a leitura estão gosto (25%), atualização cultural (19%), distração (15%), motivos religiosos (11%), crescimento pessoal (10%), exigência escolar (7%), atualização profissional ou exigência do trabalho (7%).

A Bíblia é o livro mais lido em qualquer grau de escolaridade. Outros títulos que foram citados como mais recorrentes foram: A Culpa É Das Estrelas, A Cabana, O Pequeno Príncipe, Cinquenta Tons de Cinza, Diário de um Banana, Crepúsculo, Harry Potter e Dom Casmurro.

Apesar de tudo, o número de leitores de livros no Brasil tem evoluído, mas muito lentamente. Se em 2011 eles representavam 50% da população, em 2015 eles são 56%. Mas ainda é pouco. O índice de leitura, apesar de ligeira melhora, indica que o brasileiro lê apenas 4,96 livros por ano – desses, 0,94 são indicados pela escola e 2,88 lidos por vontade própria. Do total de livros lidos, 2,43 foram terminados e 2,53 lidos em partes. A média anterior era de 4 livros lidos por ano.


A pesquisa perguntou a professores qual tinha sido o último livro que leram e 50% respondeu nenhum e 22%, a Bíblia. Outros títulos citados: Esperança, O Monge e o Executivo, Amor nos tempos do cólera, Bom dia Espírito Santo, Livro dos sonhos, Menino brilhante, O símbolo perdido, Nosso lar, Nunca desista dos seus sonhos e Fisiologia do exercício. Entre os 7 autores mais lembrados, Augusto Cury, Chico Xavier, Gabriel Garcia Márquez, Paulo Freire, Benny Hinn, Ernest W. Maglischo e Içami Tiba.

terça-feira, 31 de outubro de 2017

PIZZA FRANCESA OU TARTE FLAMBÉE

PIZZA FRANCESA OU TARTE FLAMBÉE

Por SEBASTIÃO BREGUEZ


Todo mundo sabe que pizza é de origem italiana. Mas a França também uma versão típica da massa. A Tarte Flambée, ou “torta cozida nas flamas", é uma tradicional receita da região da Alsácia, Nordeste da França, na fronteira com a Alemanha.  Também conhecida por ser uma espécie de versão francesa da pizza, o prato tem massa bem fina e recheio simples, de queijo, cebola e bacon.




Morei na Alsácia, França Germânica, na capital, Estrasburgo, de 1980 a 1990. Fui para estudar, fazer um doutorado com o professor Abrahan Moles e acabei ficando mais tempo como jornalista. Foi ai que comecei a conhecer e apreciar a gastronomia regional como a Tarte Flambée, a pizza francesa que eles adoram comer com cerveja ou vinho branco Sylvaner. Claro, é um belo prato para as tardes ou noites de verão. No inverno, servem pratos quentes como o Chucrute Alsaciano ou o Galo ao Vinho Branco (Coq au Vin).

A origem da Tarte Flambée é da idade medieval. Os povos desta região, de origem germânicos, trabalhavam e moravam na área rural, nas fazendas. Faziam pão uma vez por semana. A massa que sobrava era usada para fazer a Tarte Flambée. Faziam uma camada fina de massa de pão e colocavam como recheio queijo, cebola cortada em pedaços finos e bacon também fatias finas. Colocavam no forno cheio de brasas ardentes e em poucos segundos esta pronto. Uma massa, tipo pizza, porem, fina e crocante. Uma delícia de prato.



A Tarte Flambée é encontrada em quatro versões nos restaurantes:



1. Gratinée: com queijo gruyère adicionado;



2. Forestière: com cogumelos adicionados;



3. Munster: com o queijo de munster adicionado;



4. Doce: versão de sobremesa com maçãs, canela e flambé com Licor Calvados ou outro licor doce.



Modo de Preparo da Tarte Flambée:



Ingredientes para a massa:



250g de farinha de trigo



50ml de óleo vegetal



1 colher rasa de café de sal



150ml de água morna



Ingredientes para cobertura:



1 cebola grande



40g de manteiga



250g de bacon



100g de queijo emmenthal ralado



250g de farinha de trigo



5cl de óleo vegetal



1 colher rasa de café de sal



150ml de água morna



200g de creme de leite azedo



5g de pimenta-do-reino



5g de sal



5g de noz-moscada moída



Modo de preparo:



1- Numa vasilha, misture a farinha com a água, sal e óleo;



2- Mexa muito bem com as mãos, sovando a massa;



3- Cubra a massa com um pano e a deixe massa descansar à temperatura ambiente por uma hora, cobrindo com um pano;



4- Separe a massa em duas partes iguais e faça duas bolas com cada metade;



5- Unte uma mesa com farinha. Abra a massa, formatando um retângulo;



6- Disponha depois sobre uma lâmina de papel-alumínio;



7- Coloque a manteiga numa frigideira e doure as cebolas;



8- Em outra frigideira, junte a manteiga e doure o bacon em cubinhos em fogo médio



9- Espalhe o creme de leite temperado sobre a massa com uma colher, deixando a distância de um dedo da borda;



10- Acrescente a cebola, o bacon e o queijo ralado sobre o creme;



11- Coloque no forno quente por dez minutos;



12- Corte os retângulos e sirva.


















FELIZ DIA DO SACI PERERÊ

FELIZ DIA DO SACI PERERÊ

Por SEBASTIÃO BREGUEZ




Hoje, dia 31 de outubro, é dia do Saci Pererê. A data homenageia o Saci-Pererê, (mesma data Dia das Bruxas - Halloween) o Saci é a figura mitológica típica do imaginário brasileiro

O Dia do Saci Perere é comemorado em 31 de outubro. Ele consta do projeto de lei federal nº 2.762, de 2003 (apensado ao projeto de lei federal nº 2.479, de 2003), elaborado pelo então líder da camara do governo Aldo Rebelo (PCdoB - SP) e Ângela Guadagnin (PT - SP) com o objetivo de resgatar figuras do folclore brasileiro, em contraposição ao Dia das Bruxas, ou "Halloween", da tradição cultural dos Estados Unidos da América.

Saci (ou mais especificamente Saci-pererê, Saci-saçurá ou Saci-trique) é uma personagem bastante conhecida do folclore brasileiro, que teve sua origem presumida entre os indígenas da região das Missões, no Sul do país, por onde se espalhou em sua quase totalidade.

O Saci é um mito típico brasileiro que tem origem nos índios que são os habitantes naturais destas terras apossados pelos portugueses em 1500. Está relacionado com a floresta, a vida natural, a beleza e a preservação do meio ambiente. Ele uma figurinha buliçosa que tem sua origem nas lendas dos povos originários, como guardião das generosas florestas que garantiam a vida plena das gentes. Na verdade, é um demônio das florestas, uma espécie de Exu nativo que toma conta da natureza e vela por sua preservação.

Com o processo da colonização e a vinda do africano, como força de trabalho, no período colonial, o menino guardião foi agregando novos contornos. Ficou negro, perdeu uma perna e ganhou um barrete vermelho na cabeça, símbolo da liberdade. Leva na boca um cachimbo (o petyngua), muito usado pelos mais velhos nas comunidades indígenas. Sua missão no mundo é brincar, ideia muito próxima do mito fundador de quase todas as etnias de que o mundo é um grande jardim. Ele protege as florestas e meio ambiente contra a invasão e a degradação.

O 31 de outubro, assim, foi instituído DIA NACIONAL DO SACI com o objetivo de reviver as lendas e mitos do povo brasileiro. Com atividades nas ruas, as gentes discutem a necessidade da libertação -coisa própria do Saci – das práticas culturais colonizadas. Ao trazer para o conhecimento público figuras como o Saci, o Caipora, o Boitatá, o Curupira, a Mula Sem Cabeça, todos personagens do imaginário popular, busca-se, na brincadeira que é próprias destes personagens mitológicos, incutir um sentimento nacional, de brasilidade, de reverência pela cultura autóctone. Não como sectária diferença, mas como afirmação das nossas raízes.

Em Florianópolis, quem iniciou esta ideia foi o Sindicato dos Trabalhadores da UFSC, que decidiu instituir o 31 de outubro como o Dia do Saci e seus amigos. Assim, neste dia, durante vários anos, os mitos da nossa gente invadiam as ruas, não para pedir guloseimas, mas para celebrar a vida. Tendo como personagem principal o Saci, o sindicato discutia a necessidade de valorizarmos aquilo que é nosso, que tem raiz encravada nas origens do nosso povo. Mas, agora, sob outra direção, que não conspira com estas idéias de nacionalismo cultural, o Saci não vai sair com a pompa usual.

Mas, não tem problema, porque ainda assim, prenunciando seu dia, por toda a cidade, se ouvirão os loucos estalos nos pés de bambu. É porque dali saem, às carreiras, todos os Sacis que estavam dormindo, esperando a hora de brincar com as gentes. Redemoinhos, ventanias, correrias e muito riso. Isso é o Saci, moleque danado, guardião da floresta, protetor da natureza. Ele vem, com seus amigos, encantar o povo, fazer com que percebam que é preciso cuidar da nossa grande casa. Não virá pela mão do Sintufsc, mas pelo coração dos homens, mulheres e crianças que estão sempre em luta contra as maldades do mundo. O Saci é protetor da natureza e vai se unir a todos nós, os que batalham contra os vilões do amor. Ah Saci, eu vou te esperar… Que venhas com o vento sul…

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

CONVENTO DE MACAÚBAS, EM SANTA LUZIA, GASTRONOMIA

GASTRONOMIA MINEIRA, SANTA LUZIA MG

CONVENTO DE MACAÚBAS TEM RECEITAS DIVINAS

Por Sebastião Breguez

Do famoso Vinho de Rosas, que originou até filme, bebida que ajuda a curar males do pulmão no Século XVIII, a licores e doces diversos. O Convento de Macaúbas, de Santa Luzia, MG, primeira escola feminina do Brasil, guarda segredos seculares da gastronomia religiosa das Minas Gerais.


O Convento de Macaúbas, cujo nome oficial é Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Macaúbas, em Santa Luzia, Minas Gerais, guarda também segredos da histórica culinária mineira do século XVIII.  O Convento, criado em 1714 por Félix da Costa e se transformou no primeiro educandário feminino do Brasil. Por ali passaram as filhas da elite do país. Mas também Chica da Silva e suas filhas, a filha de Tiradentes e outras personagens da história mineira e brasileira. O local hoje abriga a Irmandade de Nossa Senhora da Conceição, mantém a tradição das Freiras Enclausuradas. 



O Mosteiro é dirigido pela Irmã Maria Imaculada de Jesus Hóstia. Elas guardam com muito zelo a tradição culinária do século XVII com suas receitas divinas. São receitas das irmãs enclausuradas que atravessaram séculos na cultura gastronômica das Minas Gerais. Situado a 12 quilômetros do centro da cidade, na estrada que leva à Serra do Cipó, através de Jaboticatubas, ali se saboreiam biscoitos que têm gosto de história, caldos e licores deliciosos.  A fama do lugar também se transformou em filme célebre VINHO DE ROSAS, lançado há pouco, que retrata a vida no convento, os personagens e a história mineira e brasileira. O  vinho de rosas, que é tema do filme, é produzido e comercializado ali com as mesmas técnicas de 300 anos atrás. Os produtos da culinária de Macaúbas podem ser comprados lá ou pelo telefone: (31) 3684-2096/9612-1773.



AGOSTO, MÊS DE FOLCLORE

AGOSTO, MÊS DE FOLCLORE

Sebastião Breguez



O mês de agosto é comemorado, em todo o mundo, como o mês do folclore. Por sugestão e iniciativa da UNESCO – uma das organizações governamentais surgidas a partir da ONU, no final da Segunda Guerra Mundial, para atuar na área de Educação e Cultura, com sede em Paris, instituiu-se o 22 de agosto como o Dia Internacional do Folclore. Assim, em todos os países há sempre atividades relativas ao folclore não só neste dia, como em todo o mês de agosto. A razão é simples. Foi a 22 de agosto de 1846 que o estudioso inglês Willian John Thomas, com o pseudônimo de Ambrose Merton, publicou um artigo na revista inglesa The Athenuun, utilizando pela primeira vez a palavra folkclore. Ele criou a palavra juntando duas raízes saxônicas: lore=conhecimento, cultura e folk=povo, e a usou para designar antiguidades populares. A partir daí a palavra ficou conhecida no meio literário e acadêmico e passou a integrar o vocabulário de escritores, sociólogos e antropólogos e é usada até hoje para designar a cultura do povo, cultura popular.

A iniciativa da UNESCO de transformar o dia 22 de agosto como o Dia Internacional do Folclore foi bem aceita no mundo inteiro. Primeiro por que a cultura popular tem base nas raízes culturais de todos os povos e culturas. Depois por que, ao preservar o folclore, estamos preservando as nossas raízes. Quando a UNESCO tomou esta iniciativa de divulgar e lutar pela preservação do folclore de todos os países, nos anos 50, não sabia que décadas depois, a grande parte da produção científica internacional estaria tratando dos problemas da mídia, da globalização e da perda de identidade cultural. Ou seja, a investida pela modernização – base do discurso dos países ricos ou do Primeiro Mundo para os países pobres ou do Terceiro Mundo - poderia trazer problemas com a perda de identidade cultural, perda de referência das raízes culturais e os problemas sociopsicológicos decorrentes.


Hoje, por exemplo, vemos que, ao mesmo tempo que o mundo se integra num processo de fusão de mercados, circulação de produtos e serviços – que chamamos de globalização – há uma retomada muito forte pela preservação das culturas regionais. Já era esta a preocupação da UNESCO nos anos 1950.

Dessa forma, o mês de agosto acabou transformando-se no mês da luta pela preservação das raízes culturais, dos costumes, enfim, do folclore. Desde o governo JK, o Brasil instituiu o 22 de agosto como Dia Nacional do Folclore. E através da UNESCO foram criadas as Comissões Estaduais de Folclore e também a CNDF-Campanha Nacional de Defesa do Folclore, hoje, Instituto Nacional do Folclore. Cabe a estas Comissões de Folclore organizar comemorações, debates, palestras, cursos e pesquisas sobre os diversos aspectos do folclore nacional.

Hoje entende-se por folclore um conjunto de modos de pensar, sentir e agir que são peculiares, como bem expressou o estudioso Édson Carneiro, às camadas populares das sociedades civilizadas. O folclore, assim, abarca toda a vida popular e estende a todas as suas atividades. Provérbios e adivinhas, as rondas infantis, as danças, os autos populares como o samba, o cateretê, as congadas e o bumba-meu-boi, a medicina das mezinhas e dos excretos, a vestimenta do vaqueiro e do gaúcho, a cerâmica e a renda dos bilros, costumes rurais como o mutirão, as estórias, as lendas, a arte de construção dos mocambos e casas de sapê, as superstições – tudo isto se insere no contexto do folclore. Estes aspectos da vida popular nem sempre são uma criação do meio em que movimenta o povo, mas embora de origem erudita ou semierudita, são aceitos e integrados pelo povo em sua vida cotidiana.

segunda-feira, 8 de maio de 2017

SAUL MARTINS, PESQUISADOR DE FOLCLORE

SAUL ALVES MARTINS, UM GRANDE INTELECTUAL MINEIRO

Por Sebastião Breguez


Saul Martins (Januária, 1917, BH, 2009)
   
O professor Dr. Saul Alves Martins, Presidente de Honra da Comissão Mineira de Folclore, faleceu 11 de dezembro de 2009, em Belo Horizonte.  Seu enterro aconteceu no Cemitério do Bonfim. O velório foi anexo três do mesmo local. Estiveram presentes dezenas de professores, intelectuais, oficiais da Polícia Militar de Minas Gerais, folcloristas da Comissão Mineira de Folclore e amigos. O Presidente da Academia de  Lestras da Polícia Militar, coronel João Batista, foi o primeiro a falar e apontou as inúmeras obras literárias de Saul como poeta e escritor. O jornalista Carlos Felipe, Presidente da Comissão Mineira de Folclore falou em nome dos folcloristas mineiros, uma vez que Saul era o único membro vivo dos 28 intelectuais que fundaram a CMFL, em 19 de fevereiro de 1948, uma das primeiras instituições de pesquisa de folclore do país.

 Saul Martins foi coronel da Polícia Militar de Minas Gerais e é autor do Hino da PM mineira. Era formado em Ciências Sociais e doutorou-se em Antropologia com tese sobre o Artesanato Brasileiro. Foi professor da UFMG até se aposentar.

Saul  é mineiro de Januária, onde nasceu a primeiro de novembro de 1917, doutor e Ciências Sociais, professor de Antropologia, pesquisador, poeta e folclorista. Foi presidente do Conselho Diretor das Escolas Caio Martins, nos anos de 1962 e 1963 membro do Conselho Universitário da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, por dois anos, e Chefe do Departamento de Sociologia e Antropologia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG, de 1970 a 1973.

Em 1951, em concorrido certame, a Academia Mineira de Letras considerou seu soneto Flores do Campo um dos dez melhores da fase contemporânea, em Minas Gerais. No ano seguinte, a Discoteca Pública Municipal de São Paulo premiou sua monografia Artes e Ofícios Caseiros.  Prêmio em Dinheiro.

Participou de todos os Congressos de Folclore realizados no Brasil, tendo sido relator, no último destes.  Representou o Estado de Minas Gerais no Congresso Internacional de Folclore, que reuniu especialistas de 32 países em São Paulo, durante o IV Centenário. De novo, por expressa delegação do Governador, representou Minas Gerais no Distrito Federal, por ocasião do VII Congresso Brasileiro de Folclore, realizado em 1974.

Foi membro do ex-Conselho Estadual de Cultura Popular do Estado e Coordenador do Programa Comemorativo do Sesquicentenário da Independência do Brasil, em Minas Gerais.
Coordenou inúmeras semanas, festivais e exposições em Belo Horizonte para estudo e divulgação de cultura popular e vem ministrando cursos ligados à Antropologia, ao Folclore e Artesanato em muitos lugares do País, inclusive em nível de pós-graduação, como o que foi dado na Universidade do Amazonas, em 1975.

Presidente de Honra da Comissão Mineira de Folclore, único sobrevivente e um de seus fundadores, membro do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, da Societé Internationale d’Ethnologie et de Folklore, com sede em Liége, Bélgica, da Academia Municipalista de Letras, da Academia de Letras Municipais do Brasil e membro correspondente das Academias Conquistense (Bahia), Itajubense e Juiz-Forana (Minas Gerais) de Letras.  Membro Fundador da Academia de Letras João Guimarães Rosa da Polícia Militar de Minas Gerais e Presidente do Conselho Superior.
Foi Mestre do Ano, em 1963, personalidade destaque em 1976 e em 1977, ganhador dos Troféus "Antero de Alencar" em 1978, e "Alferes Tiradentes" em 1984.

Em maio de 1979, a convite da Universidade Nacional de Córdoba, República Argentina, participou do Seminário sobre Patrimônio Artesanal. Tem várias obras publicadas e outras a sair. Uma daquelas serviu de roteiro para filme de longa metragem, colorido, hoje rodando no circuito comercial. Participou do I Simpósio Nacional sobre Folclore, realizado em Olímpia, Estado de São Paulo, no período de 14 a 17 de agosto de 1986, tendo atuado como Vice-Presidente por escolha unânime dos colegas folcloristas.

Foi agraciado com 45 MEDALHAS, sendo oito destas de ouro, 16 placas de prata; uma miniatura do espadim da Academia de Polícia Militar de Minas Gerais, e um suporte com placa da E.F.M.M. (Estrada de Ferro Madeira Mamoré), Porto Velho, Rondônia.
Cidadão Honorário de Belo Horizonte (Resolução 900, de 28 de abril de 1987) e Cidadão Honorário de Bonito de Minas. Recebeu do Vice-Presidente da República, o título de "Construtor do Progresso". Belo Horizonte, 26 de agosto de 2005.

BIBLIOGRAFIA DE SAUL MARTINS


  1. A Dança-de-São Gonçalo. Edições Mantiqueira. Belo Horizonte. 1954.
  2. Artes e Ofícios Caseiros. Separata da Revista do Arquivo, CLXIV. São Paulo. 1959.
  3. Os jogos infantis e as cantigas de roda. Centro Regional de Pesquisas Educacionais. INEP­MEC. Belo Horizonte. 1962.
  4. 0 Artesanato no Serro. Imprensa Oficial. Belo Horizonte. 1964.
  5. Uma Oficina em cada Lar. Edição da Secretaria do Trabalho e Cultura Popular. Belo Horizonte. 1964.
  6. A Indústria Caseira em Pitangui. Imprensa Oficial. Belo Horizonte. 1966.
  7. Proteção ao Artesanato. Imprensa Oficial. Belo Horizonte. 1966.
  8. Os Barranqueiros. Centro de Estudos Mineiros. UFMG. Belo Horizonte. 1969.
  9. 0 Museu e a Pesquisa Artesanais. Editora da Academia Patense de Letras. Patos de Minas. 1969.
  10. Contribuição ao Estudo Cientifico do Artesanato. Imprensa Oficial. Belo Horizonte. 1973.
  11. 0 Artesanato na região de Barreiras (nota previa). Campus Avançado da UFMG. Barreiras. Bahia. 1973.
  12. Arte e Artesanato Folclóricos. MEC-FUNARTE-CDFB. Rio de Janeiro. 1976.
  13. Arte Popular Figurativa. Edições Carranca. Belo Horizonte. 1977.
  14. Folclore: Teoria e Método. Imprensa Oficial. Belo Horizonte. 1986.
  15. O Misterioso Número Três. Edições Carrancas. Belo Horiizonte. 1987.
  16. Congado: Família de Sete Irmãos. SESC-MG. Belo Horizonte. 1988.
  17. Folclore em Minas Gerais. Editora UFMG. Belo Horizonte. 1991.
  18. Panorama Folclórico. SESC-MG. Belo Horizonte. 2004.

FEIJOADA FRANCESA, OU CASSOULET

FEIJOADA FRANCESA, OU CASSOULET
Por Sebastião Breguez

A feijoada é tida como prato nacional da gastronomia brasileira. Mas ela é bem mais antiga e faz parte da culinária dos judeus desde a Antiguidade. Só que entre os judeus e europeus, ela é preparada com feijão branco. Temos a feijoada portuguesa e a espanhola que são preparadas com feijão branco. No Brasil, a tradição é da feijoada com feijão preto. Aqui você vai conhecer o Cassoulet (feijoada francesa) que é um prato do sul da França.
Cassoulet de Carcassone
Na França, na região sul, chamada de Langueloc-Roussilon, também existe um prato do feijão branco e carne de porco que se se parece com a Feijoada Judaica. É um prato típico regional francês. Tive oportunidade de degustar o cassoultet na cidade medieval de Carcassone, a parte antiga é um castelo-cidade, toda fortificada, em arquitetura militar da época medieval, cercada de muralhas de grandes dimensões que abrigou uma grande aglomerado populacional na Idade Média. Foi uma das sedes do catarismo, movimento religioso de origem cristã e era dissidente do catolicismo de Roma.
Carcassone, cidade medieval francesa: origem do Cassoulet
O cassoulet (em Languedociano, caçolet) é uma especialidade gastronômica de origem francesa da região de Limousin, em especial das cidades de Carcassonne, Castelnaudary e Toulouse. Tem distintas versões, mas é feito basicamente com feijão seco e carne, principalmente o confit d'oie (confit de ganso), confit de canard (confit de pato), salsichas, lingüiça, carne de porco, e até carne de perdiz ou cordeiro dependendo da temporada do ano ou da variedade local.
Cassoulet de Carcassonne.
Põe-se o feijão de molho algumas horas antes que depois é cozido em fogo baixo numa cassole, ou caçarola de barro, daí a origem do nome cassoulet.
Três cidades, Castelnaudary, Carcassonne e Toulouse disputam a origem e o título de melhor variedade do prato desde a sua origem, provavelmente durante a Guerra dos Cem Anos. Porém o cozinheiro languedociano Prosper Montagné diz que o cassoulet é o Deus da cozinha occitana: em Castelnaudary é o "Deus-pai", o "Deus-filho" é o de Carcassonne, e o "Espírito Santo" é o de Toulouse.
Na França é muito comum encontrar cassoulet já preparado em latas, variando o preço e ingredientes segundo a versão. As mais baratas contêm apenas feijão molho de tomate, alguns pedaços de carne de porco e salsichas baratas. Preparações mais caras usam gordura de ganso e também podem incluir salsichas de Toulouse, carne de ganso, cordeiro ou confit de pato.
CASSOULET
Receita para 5 pessoas
Ingredientes:
• 500 g de feijão branco
• 150 g de toucinho defumado picado
• 1 kg de lombo de porco
• 800 g de lingüiça fresca
• 2 cenouras inteiras
• 2 cenouras picadas
• 1 cebola grande, com alguns cravos espetados
• 1 cebola picada
• 6 dentes de alho descascados, inteiros
• 5 tomates sem pele e sem sementes
• 150 ml de vinho branco
• 1 talo de salsão picado
• 1 talo de alho poró picado
• 1 bouquet garni (maço de salsa, tomilho, alho poró, salsão e louro)
• Sal e pimenta-do-reino a gosto
• 200 g de caldo de frango pronto
• Farinha de rosca ou migalhas de pão
MODO DE PREPARO

• Deixe o feijão de molho por 12 horas;
• Cozinhe-o com as cenouras inteiras, a cebola com cravo, 3 dentes de alho e o bouquet garni, por 1 hora;
• Em uma panela grande, frite o toucinho, em fogo baixo, até que fique crocante e solte bastante gordura. Retire da panela e reserve.
• Na gordura que sobrou na panela, frite a lingüiça, retire e reserve;
• Tempere o lombo com sal e pimenta e frite ainda na mesma gordura da panela (se necessário, acrescente um pouco de óleo). Retire e reserve;
• Acrescente a cenoura e a cebola picadas, o salsão, o alho poró e os 3 dentes de alho restantes à panela, e deixe dourar um pouco. Acrescente o vinho branco e o caldo, e deixe reduzir um pouco;
• Acrescente os tomates e as carnes reservadas e cozinhe por 1 hora e meia (ou até que as carnes fiquem macias);
• Em uma panela que possa ir ao forno, alterne camadas de feijão, o caldo do cozimento das carnes e as carne
• Salpique a farinha de rosca e leve ao forno por 1 hora;
• Sirva bem quente.