quarta-feira, 27 de setembro de 2017

CONVENTO DE MACAÚBAS, EM SANTA LUZIA, GASTRONOMIA

GASTRONOMIA MINEIRA, SANTA LUZIA MG

CONVENTO DE MACAÚBAS TEM RECEITAS DIVINAS

Por Sebastião Breguez

Do famoso Vinho de Rosas, que originou até filme, bebida que ajuda a curar males do pulmão no Século XVIII, a licores e doces diversos. O Convento de Macaúbas, de Santa Luzia, MG, primeira escola feminina do Brasil, guarda segredos seculares da gastronomia religiosa das Minas Gerais.


O Convento de Macaúbas, cujo nome oficial é Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Macaúbas, em Santa Luzia, Minas Gerais, guarda também segredos da histórica culinária mineira do século XVIII.  O Convento, criado em 1714 por Félix da Costa e se transformou no primeiro educandário feminino do Brasil. Por ali passaram as filhas da elite do país. Mas também Chica da Silva e suas filhas, a filha de Tiradentes e outras personagens da história mineira e brasileira. O local hoje abriga a Irmandade de Nossa Senhora da Conceição, mantém a tradição das Freiras Enclausuradas. 



O Mosteiro é dirigido pela Irmã Maria Imaculada de Jesus Hóstia. Elas guardam com muito zelo a tradição culinária do século XVII com suas receitas divinas. São receitas das irmãs enclausuradas que atravessaram séculos na cultura gastronômica das Minas Gerais. Situado a 12 quilômetros do centro da cidade, na estrada que leva à Serra do Cipó, através de Jaboticatubas, ali se saboreiam biscoitos que têm gosto de história, caldos e licores deliciosos.  A fama do lugar também se transformou em filme célebre VINHO DE ROSAS, lançado há pouco, que retrata a vida no convento, os personagens e a história mineira e brasileira. O  vinho de rosas, que é tema do filme, é produzido e comercializado ali com as mesmas técnicas de 300 anos atrás. Os produtos da culinária de Macaúbas podem ser comprados lá ou pelo telefone: (31) 3684-2096/9612-1773.



AGOSTO, MÊS DE FOLCLORE

AGOSTO, MÊS DE FOLCLORE

Sebastião Breguez



O mês de agosto é comemorado, em todo o mundo, como o mês do folclore. Por sugestão e iniciativa da UNESCO – uma das organizações governamentais surgidas a partir da ONU, no final da Segunda Guerra Mundial, para atuar na área de Educação e Cultura, com sede em Paris, instituiu-se o 22 de agosto como o Dia Internacional do Folclore. Assim, em todos os países há sempre atividades relativas ao folclore não só neste dia, como em todo o mês de agosto. A razão é simples. Foi a 22 de agosto de 1846 que o estudioso inglês Willian John Thomas, com o pseudônimo de Ambrose Merton, publicou um artigo na revista inglesa The Athenuun, utilizando pela primeira vez a palavra folkclore. Ele criou a palavra juntando duas raízes saxônicas: lore=conhecimento, cultura e folk=povo, e a usou para designar antiguidades populares. A partir daí a palavra ficou conhecida no meio literário e acadêmico e passou a integrar o vocabulário de escritores, sociólogos e antropólogos e é usada até hoje para designar a cultura do povo, cultura popular.

A iniciativa da UNESCO de transformar o dia 22 de agosto como o Dia Internacional do Folclore foi bem aceita no mundo inteiro. Primeiro por que a cultura popular tem base nas raízes culturais de todos os povos e culturas. Depois por que, ao preservar o folclore, estamos preservando as nossas raízes. Quando a UNESCO tomou esta iniciativa de divulgar e lutar pela preservação do folclore de todos os países, nos anos 50, não sabia que décadas depois, a grande parte da produção científica internacional estaria tratando dos problemas da mídia, da globalização e da perda de identidade cultural. Ou seja, a investida pela modernização – base do discurso dos países ricos ou do Primeiro Mundo para os países pobres ou do Terceiro Mundo - poderia trazer problemas com a perda de identidade cultural, perda de referência das raízes culturais e os problemas sociopsicológicos decorrentes.


Hoje, por exemplo, vemos que, ao mesmo tempo que o mundo se integra num processo de fusão de mercados, circulação de produtos e serviços – que chamamos de globalização – há uma retomada muito forte pela preservação das culturas regionais. Já era esta a preocupação da UNESCO nos anos 1950.

Dessa forma, o mês de agosto acabou transformando-se no mês da luta pela preservação das raízes culturais, dos costumes, enfim, do folclore. Desde o governo JK, o Brasil instituiu o 22 de agosto como Dia Nacional do Folclore. E através da UNESCO foram criadas as Comissões Estaduais de Folclore e também a CNDF-Campanha Nacional de Defesa do Folclore, hoje, Instituto Nacional do Folclore. Cabe a estas Comissões de Folclore organizar comemorações, debates, palestras, cursos e pesquisas sobre os diversos aspectos do folclore nacional.

Hoje entende-se por folclore um conjunto de modos de pensar, sentir e agir que são peculiares, como bem expressou o estudioso Édson Carneiro, às camadas populares das sociedades civilizadas. O folclore, assim, abarca toda a vida popular e estende a todas as suas atividades. Provérbios e adivinhas, as rondas infantis, as danças, os autos populares como o samba, o cateretê, as congadas e o bumba-meu-boi, a medicina das mezinhas e dos excretos, a vestimenta do vaqueiro e do gaúcho, a cerâmica e a renda dos bilros, costumes rurais como o mutirão, as estórias, as lendas, a arte de construção dos mocambos e casas de sapê, as superstições – tudo isto se insere no contexto do folclore. Estes aspectos da vida popular nem sempre são uma criação do meio em que movimenta o povo, mas embora de origem erudita ou semierudita, são aceitos e integrados pelo povo em sua vida cotidiana.